MERITÍSSIMO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO DE (................)
APELAÇÃO Nº (................)
ACÓRDÃO Nº (...............) – (........)ª CÂMARA CÍVEL
RECORRENTE: (........)
RECORRIDO: (..........)
NOME DO RECORRENTE, (nacionalidade), (estado civil),
(profissão), residente e domiciliado na Rua (..........................................................),
nº (.....), Bairro (.................), Cidade (.............................),
Cep. (.............................), no Estado de (....), por seu procurador
infra-assinado, mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência e deste Egrégio Tribunal, nos autos da apelação cível nº (...........),
na forma do art. 541 do Código de Processo Civil e dos arts. 255 e seguintes do
Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, bem como com fulcro no art.
105, III, “a”, da Constituição da República, interpor
RECURSO ESPECIAL
Junto ao Superior Tribunal de Justiça – STJ, fazendo-o
amparado nas razões que se seguem.
Requer, portanto, que seja admitida a presente peça
impugnativa, com conseqüente envio dos autos ao Colendo Superior Tribunal de
Justiça.
Termos que
Pede deferimento.
(Local data e ano).
(Nome e assinatura do advogado).
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL
I. O acórdão proferido pela (.....................)ª Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de (.....), em julgamento de
apelação cível, decisão esta que manteve sentença de primeiro grau que julgara
improcedente a AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS proposta pelo
RECORRENTE, “data máxima vênia”, não encontrou guarida na ordem jurídica
nacional, vez que violou e a lei federal, conforme se demonstrará;
DOS FATOS MATERIAIS E PROCESSUAIS
II. Buscou a AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS atribuir responsabilidade civil ao RECORRIDO pela morte do Sr. (.......................)
(Certidão de Óbito à fl.......................). Conforme narrado na peça
exordial da ação que tramitou em primeiro grau de jurisdição, o RECORRIDO deu
causa, de forma absolutamente exclusiva, a um acidente automobilístico que
vitimou o Sr. (..........................................), filho do
RECORRENTE, conforme farto material probatório carreado aos autos do processo
em epígrafe;
III. Conforme a exaustiva e límpida narração aposta nos
autos, no dia (...../......./.........), na cidade de (...............................),
por volta das (.....) horas, o filho do RECORRENTE seguia com seu carro pela
Rua (............................................), em direção à casa de um
amigo. Na mesma rua, porém em sentido contrário, o RECORRIDO conduzia seu
veículo. Entretanto, fazia-o em claro descumprimento às normas de trânsito,
pois que ele dirigia seu automóvel em elevadíssima velocidade;
IV. Além das normas de trânsito que impõem controle de
velocidade, em se considerando o intenso fluxo de carros que trafegam
rotineiramente no local, o próprio sentido de prudência determina que os
veículos mantenham, ali, rígido controle de aceleração;
V. Além de guiar em alta velocidade, o RECORRIDO forçou uma
arriscada e insegura ultrapassagem sobre um terceiro veículo que trafegava em
sua mão de direção, vindo a atingir violentamente o carro do Sr. (....................................),
fato este que findou por causar seu óbito, 24 horas depois, no Hospital (............................)
(documentos......... -.......);
VI. Não é demais reiterar que, nessa oportunidade, o Sr. (.........................)
guiava seu automóvel com absoluta prudência – como de costume, acurando-se por
completo de todo o dever de cuidado necessário para que nada de pior ocorresse,
o que, em razão do desmedimento do RECORRIDO, não foi o bastante para evitar o
pior;
VII. Nesse plano, está explícito que a conduta do RECORRIDO
eiva-se de irrefragável culpa, no que poderíamos subsumi-la à modalidade da
imprudência, visto que simplesmente abdicou de obedecer a limites razoáveis de
segurança na direção de seu carro, vindo causar a máxima lesão ao Sr. (.......................);
VIII. Nas alegações finais apresentadas (fls........-...........),
o RECORRENTE apresentou, de forma irrepreensível, todos os argumentos que
apontam para a correta observação das provas produzidas ao longo do processo,
de modo a tornar ainda mais explícia a obrigação de indenizar;
IX. É de se concluir, assim, que o RECORRIDO teve exclusiva
culpa pela morte do filho do RECORRENTE, pelas motivações já articuladas, de
modo que a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS haveria –
e há – de ser julgada totalmente procedente com base no Código Civil – Lei nº
10.406/02, sobretudo nos arts. 186 927 e 943 do referido diploma,
observando-se, outrossim, o que dispõe a Súmula nº 562 do Supremo Tribunal
Federal;
X. Todavia, muito embora todos os fatos narrados estejam
fartamente provados nos autos, tais foram solenemente ignorados na sentença do
magistrado que do processo conheceu em primeira instância. Segundo o
entendimento do MM. Juiz, o RECORRENTE não alçou provar o direito que reclamava
em juízo;
XI. O RECORRENTE, diante da manifesta contrariedade à lei
federal (dispositivos supra apontados), não tardou em opor embargos de
declaração (fls.......-......), com fins de prequestionamento, visando o
esclarecimento da questão, requerendo ao juiz que se manifestasse expressamente
sobre o dito conflito. Apesar da tentativa, o magistrado manteve o
posicionamento exposto da sentença na decisão dos embargos;
XII. Contra tal decisão, se insurgiu o RECORRENTE, através
de recurso de apelação, requerendo ao Tribunal de Justiça do Estado de (.....)
que, enfim, atribuísse justiça ao caso, resolvendo a contrariedade à lei.
Contudo, a (.................)ª Câmara Cível, por unanimidade, manteve e
sentença de primeiro grau;
XIII. Em razão do exposto, apresenta-se o RECORRENTE ao
Colendo Superior Tribunal de Justiça (STJ) de forma a pugnar pela reforma, in
totum, da decisão de 2º grau, devendo ser, assim, prestada a justa tutela jurisdicional
ao RECORRENTE, qual seja, condenação do RECORRIDO ao pagamento de indenização
por danos materiais, no valor de R$ (............), bem como indenização por
danos morais decorrentes do mesmo fato, no valor de R$ (...........), tal como
requerido na petição que inaugurou a presente ação;
DO DIREITO
XIV. O acórdão impugnado vulnera frontalmente o art. 186 do
Código Civil (lei federal), que determina:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito”.
Vê-se que o direito à reparação dos danos causados,
conferido pela lei federal em comento, não foi observado e concretizado pelos
julgadores, apesar da farta prova presente nos autos;
XV. O acórdão recorrido reconheceu “insuficiência de
provas” do direito do RECORRENTE, no que, assim se pronunciando, fez côro ao
que dispôs o magistrado de primeira instância a respeito. É de se espantar com
tal ilação, vez que, como já se disse e se repetiu nessa peça recursal, o
material probatório não deixa margens, sequer, à dúvidas sobre o direito do
RECORRENTE. Tome-se, apenas a título de confirmação, a relação das inúmeras
provas apresentadas, oportunamente, pelo RECORRENTE: (..............);
XVI. De todo o apresentado, demonstradas as razões de fato
e de direito que impulsionam o presente ato de impugnação, somente resta ao
RECORRENTE dirigir-se ao Superior Tribunal de justiça, com base no art. 105,
III, “a” da Constituição da República, porquanto a decisão do Tribunal de
Justiça do Estado de (.....) contraria lei federal, em particular, o Código
Civil, no ponto em que fixa a obrigação de indenizar em caso de cometimento de
atos ilícitos;
DO REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL
XVII. É de se esclarecer que, tanto nos embargos de declaração
oposta contra a decisão monocrática, como no próprio pleito de apelação, o
RECORRENTE sustentou a contrariedade à lei federal (procedendo ao
prequestionamento), vindo a requerer aos julgadores, num e noutro caso, que se
manifestassem sobre a questão federal aventada;
XVIII. Como já se pôde relatar, em ambos os casos os
membros da magistratura entenderam não proceder ao argumento, reconhecendo a
“insuficiência de provas” que desautorizaria o acolhimento dos pedidos do
RECORRENTE;
XIX. A decisão final do Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado de (XX) encerra discussão do feito nas vias ordinárias, não restando ao
RECORRENTE mais nada senão passar à esfera extraordinária do Poder Judiciário;
XX. Nesse contexto, é imperiosa a consideração do conjunto probatório
apresentado na instrução processual. Não agir nesse sentido, importa em
contrariedade à lei federal, sobretudo, ao Código Civil – Lei nº 10.406/02,
sobretudo nos arts. 186, 927 e 943 do referido diploma. Tal panorama autoriza o
manejo de Recurso Especial, conforme preceitua o art. 105, “a” da Constituição
da República;
DO PEDIDO
Sendo inconteste o direito do RECORRENTE e tendo sido
contrariada a lei federal em comento, este REQUER:
a) que seja conhecido e provido integralmente o presente
Recurso Especial, para o fim de reformar a sentença e o acórdão que a confirmou
na íntegra, concedendo ao RECORRENTE o direito à indenização de ordem material
e moral, nos valores, respectivamente, de R$ (.............) e R$
(...............), corrigidos monetariamente;
b) que seja o RECORRIDO, condenado ao pagamento das custas
e honorários advocatícios;
c) reitera, na íntegra, os termos do pedido de isenção de
custas judiciárias, já deferido pelo juízo de primeiro grau, nos termos da Lei
nº 1.060/50, pois continua o RECORRENTE não podendo arcar com tais custas sem
prejuízo do próprio sustento e das famílias.
Termos que
Pede deferimento.
(Local data e ano).
(Nome e assinatura do advogado).